quarta-feira, 29 de agosto de 2007

...

...O que te faz crer que irei te acompanhar só por causa desse olhar?

...O que te faz pensar, que só porque me ligou, vou te encontrar?

... O que será que te dá, que me liga do nada, não faz nada, e vai embora...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Parte mim reside aí...na maneira como me relaciono...a dois

``Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intencão e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadura à proa
Mas o meu peito se desabotoa

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa''

(Chico Buarque e Ruy Guerra)

Amor...

Afinal, o que é amor????


São 38anos de vida, fora as outras encarnações e não tenho idéia do que seja amar. Já escrevi, inúmeras outras vezes, em outras paragens sobre amor, relacionamentos, expectativas, sonhos, mas eu confesso: Não tenho a menor idéia do que é amar. Sequer sei como me relacionar, embora tenha no histórico pelo menos dois casamentos - um oficial e outro oficioso - e um sem (será com ''s'' ou poderia ser com ''c'') número de namoros, namoricos, casos, ficadas, ensaios, etc.

Não sei o que é amor. Não sei o que é entrega. Não sei o que é relacionar-me.

Parem o mundo, eu quero descer...quero um lote no ciberespaço...mas isso já é outra estória.

domingo, 12 de agosto de 2007

Lições para a vida toda:

Queridas, abacateiro não dá manga!

Tormentas

Atormentada...
Mesmo quando pareço um lago sereno, estou atormentada.
Atormentada pelo medo do escuro dos meus vazios.
Atormentada pela raiva insana que habita meu peito, escondida, sorrateira, assassina dos mais sublimes sentimentos.
Atormentada pelas dúvidas, onde foram parar as convicções? Será que algum dia as tive?
Atormentada pela solidão que eu mesma desejei e construí para mim. Corpo aberto, sem muros, sem limites, disponível. Alma hermética, cercada por uma muralha invisível e alta. Indisponível, inacessível.
Só razão, nenhum sentimento, exceto os politicamente corretos, os socialmente desejáveis. Sentimentos plásticos, ora enrijecidos, inflexíveis. Acabou minha mentira predileta, caiu a máscara das minhas sentimentalidades. Eis-me aqui despida da pele, carne viva diante do mundo lusófono.
É isso, eu tantas vezes fui romântica.
Mentira fingida.
Eu tantas vezes fui sensível, carinhosa, compreensiva.
Mentira!
Queria tão somente a recompensa, um prato de comida fria, um cobertor velho e furado. As migalhas que ficaram sobre a mesa.
E quando não me davam o restinho de seu tempo, eu, criança birrenta e mimada, escondia-me num canto, embaixo de uma mesa e destilava toda minha raiva, todo meu orgulho, virava as costas e saía batendo os pés, batendo as portas que deixava atrás de mim.
Agora, o que fazer?
Já não dá mais para ser criança birrenta, já não é possível ser boazinha, porque boazinha já não sou nem para mim.
Não sei não ser criança birrenta e mimada.
Preciso aprender a ser mulher.
Preciso aprender a conviver com as tormentas.
Preciso deixar de ser pensamentos e palavras e me tornar sentimento.
Deixar-me invadir por eles, abandonar esse eu tão egocentrico e entregar-me ao amor, à dor, aos riscos de estar vivo e transitando verdadeiramente no mundo.
Socorro, alguém me mostra como é ser mulher?

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Ciberespaço

Quero comprar um lote no ciberespaço onde construirei uma casa sem paredes, sem muros, totalmente aberta para o mundo. Onde seja livre a circulação de idéias, pensamentos e sentimentos. Onde sejam bem-vindos os amigos, os amantes e os amores. Lugar de doces sonhos, férteis realizações. Ponto de encontro da humanidade.

Não caberá nesta casa a mentira, as conversas de entrelinhas, nem as estrelinhas*. Porque nesse lócus só há espaço para a verdade de sentidos, sentimentos e propostas.

Quero um lote no ciberespaço para abrir os braços num dia de chuva e permitir ser totalmente invadida pela pureza. Eu quero. Quero ser livre para gritar bem alto a liberdade de não ter medo, nem de amar, nem de ser amada. A liberdade de não ter expectativas e seguir adiante mergulhando nos hipertextos.

Eu quero.