...Saí do cinema com um bolo no estômago. O nó na garganta se avolumava e eu não sabia o que fazer, o que dizer, como proceder. Havia alguém ao meu lado no filme, havia alguém comigo. Alguém com quem eu não tinha a menor intimidade e o filme me despira totalmente.
Lá estava eu, desnuda diante de mim e dos espectadores. Lá estava eu despida diante dele. Mal o conhecia. Não quis dizer nada. Silenciei. Respirei para conseguir conter a explosão de sentimentos que eclodira a partir daquela experiência.
Tão forte...Tão marcante que ainda agora meu corpo passa por calafrios. Não, não é tesão. O filme não me inspirou tesão. Foi um tapa na cara, um soco no estômago. Foi um 'não sei quê'... Um espelho gigante diante dos meus olhos.
Leila sou eu.
É certo que já não vou à night, mas é certo também que sigo tratando os homens como meros objetos sexuais, por total incapacidade de lidar com intimidade. É isso! Confessei... Entrega não é o meu forte (ainda).
A terapia corporal tem ajudado muitíssimo. Sei que serei capaz em algum momento. Os calafrios continuam, tenho vontade de encolher-me na cama ou de ficar horas embaixo do chuveiro morno esperando esse desalento passar.
Sim, amor é possível, mas há que desnudar-se, muito depois de despir-se há que ficar completamente nu. Será que estou pronta?
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